Um estudo pericial conduzido pela ANSWER analisou um caso judicial envolvendo um veículo novo que colidiu contra um obstáculo após a suposta falha do sistema de freios. A investigação foi solicitada pelo juízo cível da capital sul-mato-grossense e teve como objetivo principal apurar se o automóvel apresentava defeito de fabricação ou falha de manutenção relacionada a uma campanha de recall.
O caso
Poucos dias após a aquisição de um veículo utilitário esportivo novo, a condutora relatou que, ao trafegar com sua família em uma rua com leve declive, tentou acionar os freios sem sucesso, resultando em colisão com barreiras de concreto. O impacto causou danos significativos e foi registrado como sinistro com perda total pela seguradora.
Posteriormente, verificou-se que havia uma campanha de recall ativa, relacionada a possível presença de bolhas de ar no sistema hidráulico de freio traseiro, que poderia comprometer a capacidade de frenagem. A proprietária alegou não ter sido informada sobre esse chamado de segurança.
O que diz a perícia
O laudo foi elaborado com base em documentos, imagens e relatórios técnicos, uma vez que o veículo já havia sido reparado e submetido ao recall no momento da perícia. Apesar disso, foram identificados indícios compatíveis com falha no sistema de freios:
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O pedal de freio apresentava comportamento típico de sistema com ar na linha hidráulica, subindo após acionamentos repetidos;
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A altura do pedal estava anormalmente nivelada ao do acelerador, o que não é comum para o modelo em questão;
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O acidente ocorreu em um local de baixa velocidade, e a distância entre o ponto de parada e o obstáculo era curta — o que, aliado à ausência de frenagem, sugere falha mecânica.
Ainda segundo o relatório, a própria fabricante havia reconhecido, por meio do recall, que o lote do veículo analisado estava sujeito a defeitos nas pinças de freio traseiras. Mesmo assim, o conserto só foi realizado após o sinistro.
Conclusão
Embora não tenha sido possível examinar o veículo antes das intervenções técnicas, o perito concluiu que há fortes indícios de que o automóvel foi entregue com defeito oculto, não reparado antes da entrega. A ausência de testes dinâmicos e a intervenção prévia no sistema dificultaram um diagnóstico conclusivo, mas a sequência de fatos técnicos e históricos aponta para falha na prestação do serviço de entrega do bem, pois já existia o aviso de Recall para o veículo quando este foi entregue a proprietária.
