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Gasolina E30: E agora, o que realmente muda?

Nos últimos dias, muito tem se falado na nova mistura da Gasolina comercializada no país, que passará a ter 30% de Etanol. Mas o que isso muda na prática?

Sinceramente, praticamente nada! A menos que você tenha um carro super-esportivo, um veículo muito antigo, ou um importado a gasolina de país que não faz mistura no combustível.

Vou explicar melhor…

O Brasil passou a fabricar veículos flex, no ano de 2003. Sendo quem já em 2005, as maiores montadoras do país já dispunham de modelos flex. Ou seja os veículos com menos de 20 anos, que é a maioria circulante, já dispõe desta tecnologia.

Essa tecnologia permite que o sistema de injeção eletrônica identifique a quantidade de oxigênio presente na saída do escapamento e ajuste a mistura de combustível ar. Sendo assim, o veículo tem a capacidade de utilizar qualquer mistura de gasolina e etanol.

O grande problema da mudança de formulação da gasolina ocorreu no ano de 2013, quando saímos da E20 (20% de etanol), para a E25 (25% de etanol), pois boa parte da frota do país não dispunha da tecnologia “flex”, e nós sobrevivemos.

Os veículos mais antigos, deverão passar por um ajuste na mistura ar combustível, que na maioria dos carros é feita por uma chave de fendas em um par de parafusos.

Já os esportivos e importados, estes terão de passar por uma reprogramação da central eletrônica, se não dispuserem do ajuste de mistura de combustível, o que é bem raro, já que Europa, Estado Unidos e Japão utilizam as misturas E10.

Mas e o consumo mudará muito?

Também não será muito afetado. Pois mudança é de 3%. Ou seja, se seu carro faz 10km/l (dez quilômetros por litro) com gasolina, e 7,0km/l( sete quilômetros por litro) no etanol. Com a nova gasolina ira fazer entre 9,9 e 9,8 km/l.

Isso porque o Poder Calorífico Inferior, que é a unidade de energia disponível por massa de combustível, da nova mistura altera muito pouco em relação a anterior. Vejamos a tabela abaixo:

Mas, se não há diferença no consumo, por que a mudança?

Acontece que o Brasil comercializou em 2024, conforme dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis),  44,19 bilhões de litros de litros de gasolina C ( já misturada com álcool anidro).

Sendo assim, essa pequena mudança significa a redução direta de 556 mil tonelada de Dióxido de Carbono (CO2) emitido. Isso sem considerar que a emissão do Etanol fecha o ciclo de carbono, sendo considerado um combustível renovável. Ou seja, outras 2,359 milhões de toneladas de CO2 que são renováveis.

Então a mudança foi técnica?

Apesar do apelo político, e da polêmica gerada, como tudo que vem acontecendo no Brasil. Desta vez a mudança foi técnica, e é positiva para o país. Além disso, a legislação brasileira já permite que cheguemos a ter até a gasolina E35. Um caminho que devemos percorrer, como grande produtor de biocombustíveis.

O Etanol é um produto do agro, e deve ser valorizado, afinal, ainda dependemos de importação de petróleo.

Mas também é fato que, nem tudo deveria ser impositivo, e deveríamos ter no mercado a E0, ou E10, com os custos ambientais embutidos em seu valor, é claro.

Quanto ao Diesel e Bao-diesel, bom isso trataremos em um outro post.

*Este é um artigo opinativo, baseado nos dados científicos analisados.

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